IRIS HALMSHAW

IRIS HALMSHAW
IRIS HALMSHAW - a genialidade de uma criança

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

TRANSFIGURAÇÃO - GONÇALVES CRESPO





Sozinha e ao desamparo ela vivia
Nesse pobre casebre abandonado;
Não conhecera pai nem mãe, doía
Fitar aquele rosto macerado.

Nenhum rapaz esbelto a convidava
Para os descantes da festiva aldeia;
E consigo a mesquinha suspirava:
«Doce Jesus! Porque nasci tão feia?»

Quando a lua no céu azul surgia,
De alvor banhando a múrmura devesa,
No postigo do albergue a sós gemia,
Triste mulher sem viço e sem beleza.

Chamou-a Deus enfim: quando passava
O singelo caixão na triste aldeia,
Melancólico o povo murmurava:
«Vai tão bonita, olhai! E era tão feia!...»

GONÇALVES CRESPO



Para fazer o download da ANTOLOGIA POÉTICA



Sem comentários:

Enviar um comentário